sábado, 31 de agosto de 2013

... os sertanejos

Acompanhamos um dia de trabalho da Brigada de Incêndio do Instituto Chico Mendes (órgão do Ibama) dentro do Parque Nacional da Chapada das Mesas. Em mais de 400 quilômetros de andanças pelas estradas internas do parque descobrimos um patrimônio que vai muito além das belezas naturais do Sul do Maranhão.
Desta vez, nos encantamos com a simplicidade dos sertanejos que vivem isolados em terras ainda sem energia elétrica e sem os confortos da modernidade, mas cheias de hospitalidade e fartura.














sexta-feira, 30 de agosto de 2013

... a Chapada das Mesas

Calma! Não pensem que vamos visitar todas as cachoeiras do Brasil (se bem que gostaríamos...)!

Estamos agora na Chapada das Mesas, no Sul do Maranhão, e eu prometo que já estamos quase encerrando a expedição por cachoeiras.
A menos que a beleza destes últimos exemplares nos faça mudar de ideia. Vejam só que maravilha o Poço Azul, a Cachoeira de Santa Bárbara e o Portal da Chapada.









terça-feira, 27 de agosto de 2013

... o aniversário

Palmas para o meu aniversário!!! Rsrsrs... Péssimo trocadilho, né? Rsrsrs...
Comemorei a chegada dos meus 32 anos na capital do Tocantins, na maior folga. Com o corpo ainda dolorido da Expedição Jalapão, eu só quis curtir os mimos da civilização...
... Como um Milk-shake de Ovomaltine do Bob’s


... Um telefone para falar com a família (Detalhe para a lindeza do orelhão em formato de capivara)


... E um jantar no melhor restaurante da cidade


O jantar merece um adendo, pois ele foi oferecido pelo nosso mais novo amigo, o Álvaro. Morador de Palmas há 13 anos, Álvaro é pai da nossa querida amiga Lúcia, que conhecemos, no ano passado, no Laos e se tornou uma grande companheira de viagem pelo Sudeste Asiático.
Depois dessa prazerosa noite, acabo de descobrir que a amizade pode ser o mais valioso bem que se transfere de geração a geração.

... o Rally dos Sertões

Nos últimos três dias, estivemos embrenhados no meio do sertão para visitar um tesouro guardado nas mais longínquas terras do Tocantins: o Jalapão. O Renato havia feito a viagem de jipe há 15 anos e achou que seria fácil fazer o mesmo percurso de moto... Ledo engano! Quase nos lascamos nessa expedição!!!
Ainda cansada da jornada e meio assustada com a dureza da viagem, talvez eu vá encher esse relato de reclamações. Rsrsrs... Então, fica o lembrete: vou narrar desafios, dores no corpo, sustos... mas adoramos o passeio e valeu demais a pena!
Vamos ao rally! Boa sorte nos próximos 430 quilômetros de expedição!!!
No sábado, montamos cedo na moto na cidade de Ponte Alta do Tocantins com destino a Mateiros. São 220 quilômetros de estrada de terra. Mas não pensem que é uma estradinha comum não! O trecho é rota do Rally dos Sertões! É só buraco, costela e bancos de areia... Não estou exagerando não! Não existe nenhum metro de estrada plana e sem obstáculos. Pauleira pura!



 Por garantia, levamos até uma garrafa pet com gasolina.
  


E se houver algum especialista em espaço aí, por favor, me explica onde é que me coube nessa moto cheia de bugigangas! Rsrsrs...


Com apenas 15 quilômetros de viagem, fizemos a primeira parada na Gruta da Sussuapara. A água brota por entre as pedras e escorre pelas raízes das árvores.




Depois de 100 quilômetros, mais um refresco. Agora na linda Cachoeira da Velha. Além da queda d’água de encher os olhos, dá para se esbaldar nas praias de areias finas. Um sonho!





Foram poucos instantes de descanso e voltamos ao batente. A viagem rende pouco! Arrancos e mais arrancos na moto... Não conseguimos nos esquecer de uma frase escrita na traseira dos jipes de turismo que fazem o roteiro: “O Jalapão é bruto!”





Sofremos, mas chegamos! Já estava escuro quando finalmente descemos em Mateiros, com a bunda quadrada, as pernas dormentes, o queixo duro dos solavancos do capacete, os cílios com quilos de poeira acumulada. E olha a coincidência: conseguimos nos hospedar na mesma pousada (Pousada do Cardoso) em que o Renato esteve há 15 anos. Tudo simples, mas bem confortável e limpinho. Outra salvação foi a comida caseira da Dona Rosa. Um frango assado com macarronada e mandioca frita foi a salvação da lavoura.


No domingo, só relaxamento! Andamos “apenas” 25 quilômetros de moto para chegar ao Fervedouro da Mumbuca, a principal atração do Jalapão, e passamos o dia de molho nas águas quentinhas dessa incrível nascente. Aqui, é impossível se afundar. A água nasce com tanta pressão que parece te expulsar do poço. Dia de hipopótamo!




De volta a Mateiros, nos esbaldamos novamente com a comida da Dona Rosa. Que delícia de arroz de carreteiro! E ainda contemplamos a liberdade do pequeno Levi, engatinhando com seu pirulito pelo posto de gasolina.



Fim de descanso, era hora de voltar para Ponte Alta do Tocantins. Vencemos os primeiros 100 quilômetros sem problemas, só admirando a simplicidade das raras casinhas à beira da estrada. E tivemos até a sorte de reencontrar o casal Cris e Newton, que conhecemos no início da viagem.
 



 

Mas uma coruja cruzou nosso caminho e seu canto não nos trouxe boa sorte!


Faltando 60 quilômetros para chegarmos, o pneu da moto fura!!! Putzzzz!!!! No meio do nada, sem nenhum povoado por perto.... NADA! O Renato manteve a calma, mas eu fiquei muuuito tensa. Tentei controlar um pouco, mas não deu! Furou o pneu de trás, então a gente se apertou o máximo possível e, quase no colo um do outro, seguimos com o peso jogado em cima do tanque de combustível.


Mas estava muito desconfortável e era lógico que o pneu ia rasgar todo e a gente ia se lascar! Tínhamos apenas um restinho de bolacha e água e ia dar fome em pouco tempo! E o pior eu ainda não contei: estava cheio de pegadas de onça na beira da estrada!!!! Ou seja, se a gente tivesse que parar e passar a noite ali, duvido que eu chegaria aos meus 32 aninhos!!!


Gastamos uma hora para percorrer 6 quilômetros nessas precárias condições e, quando eu não tinha mais santo nenhum para chamar, aparece uma caminhonete na nossa frente! Graças a Deus!!!!! Um casal de velhinhos (Antônio e Milma, fazendeiros da região) estava voltando para casa e parou para nos socorrer! Vocês acreditam que o “Santo Antônio” amarrou nossa moto na carroceria da caminhonete dele e nos trouxe até a porta do hotel em Ponte Alta??? Ele andou 60 quilômetros para vir até aqui e 60 para voltar até o ponto onde nos encontrou. De lá, ainda faltavam 40 km até a casa deles! Que gratidão!!!!!!!!!!! A gente quase beijou os pés deles! Pedimos para que dissessem quanto queriam em dinheiro para pagar pelo menos a despesa e a mulher dele começou a nos xingar, dizendo que, nesse sertão, as pessoas existem é para ajudar umas às outras! Olha que bacana! Mesmo assim, a gente deu uma graninha para a gasolina e nos despedimos agradecendo de joelhos!




 O Jalapão é bruto! Mas é lindo demais!!!