quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

... as caveiras

Não bastasse a pobreza, o Camboja carrega as marcas vivas de uma sangrenta ditadura comunista.


Na década de 1970, o país viveu sob o domínio do Khmer Rouge, um governo comunista que exterminou mais de um terço da população do Camboja e deslocou, à força, a população urbana para fazendas coletivas no campo. Comandado pelo ditador Pol Pot, o governo fez milhões de prisioneiros e assassinou famílias inteiras com o pretexto de criar um país auto-sustentável e independente. Médicos, professores, intelectuais, militares foram mortos a sangue frio por motivos banais, como estocar comida para consumo próprio, usar joias, chorar a morte de um amigo ou familiar, demonstrar algum sentimento religioso, etc..
Estima-se que, nos três anos de governo do Pol Pot, 3 milhões de pessoas foram assassinadas. No auge da violência, o regime passou a adotar técnicas cruéis para economizar munição e matar as pessoas com métodos improvisados. Um dos mais terríveis era arremeçar as vítimas em profundas cavernas, como a Killing Cave, onde elas agonizavam até a morte.



Nós visitamos esta caverna em Battambang e ficamos chocados! Um monge descobriu montanhas de corpo dentro da Killing Cave e o local foi transformado num santuário budista. Há relatos de que milhares de pessoas foram assassinadas ali por soldados armados apenas com bambu e folhas de palmeira. O bambu era usado para perfurar o abdomê das vítimas e as folhas, para cortar o pescoço delas. Depois de serem feridas, elas eram arremeçadas na caverna e, se não morriam da queda, eram abatidas pela fome. Terrível!

Um comentário:

  1. Saber que isso aconteceu logo ali, no tempo, quase ontem, aterroriza a gente. Não que eu seja um "broto", mas saber que enquanto eu corria pelas ruas, de pés descalços, brincando na chuva, barriga cheia, feliz da vida, pessoas passavam por isso, dá vontade de chorar.

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