... o Cairo

Nosso espírito de viajantes aventureiros foi colocado à prova, hoje, na nossa chegada ao Egito. Não estamos lembrados de visitar uma cidade tão pobre e com tão pouca infraestrutura como o Cairo e ficamos realmente assustados com o que encontramos.

O primeiro choque foi logo na saída do aeroporto. Na “pão-duragem” de não pegar táxi, optamos por fazer o trajeto do terminal até o Centro do Cairo em transporte público, como sempre fizemos em nossas viagens. Mas não tínhamos ideia do caco de ônibus que nos esperava. O coitado do “balaio”, que deve ser da década de 1970, nunca viu uma oficina ou um lava-jato pela frente... Mas, por sorte, tinha pelo menos um ar-condicionado para não assarmos num calor de mais de 42 graus.

Depois, veio a aventura do metrô para chegar da Praça Tahrir (aquela das manifestações da Revolta Árabe) até o hotel. Pela primeira vez, nos deparamos com a existência de vagões separados para as mulheres no metrô, deixando claras as regras muçulmanas. Eu não arrisquei a me separar do Renato não... Viajei no comboio masculino (com algumas poucas mulheres não-muçulmanas e, assim como eu, sem burca ou lenço cobrindo a cabeça) e tive a sensação nada agradável de estar num trem entupido de homens, todos com desodorante vencido e dezenas de moscas perambulando pelos vagões.

A arquitetura da cidade é outro detalhe impressionante. O Cairo parece um grande conjunto habitacional, com prédios muito parecidos por todos os lados. Além de não ter nenhuma beleza arquitetônica, todos os edifícios (sem exceção) são cor de areia... Uma pobreza para nossas vistas acostumadas com as belezas de Madrid e Istambul. Rsrsrs...

Até as atrações turísticas deixam a desejar, na nossa opinião. Visitamos o Bairro Copto do Cairo, super recomendado nos guias por ser o mais antigo reduto cristão da cidade, e ficamos decepcionados. Uma das igrejas, inclusive, lembrava bastante um terreiro de macumba! Que Deus me perdoe!

Não bastasse tudo isso, a cidade segue rigorosamente o jejum do Ramadan e, por isso, precisamos fazer uma caminhada de mais de três horas pelo Centro do Cairo para encontrar um restaurante aberto. Como chegamos no Egito nesse domingão bravo, todo o comércio estava fechado. E só encontramos pela rua ambulantes e peças raras como estas...

A única beleza registrada até então pelas lentes do Renato é o Rio Nilo.

Apesar da decepção com a chegada, ainda estamos cheios de expectativas com o Egito. Amanhã, devemos visitar as pirâmides e espero voltar com notícias mais animadoras.